“A
consciência negra é, em essência, a percepção pelo homem negro da
necessidade de juntar forças com seus irmãos em torno da causa de sua
atuação - a negritude de sua pele...”.
Stive Biko
O
mês de novembro é considerado o Mês da Consciência Negra. Data
instituída pelo Movimento Negro do Brasil e já incorporada ao calendário
oficial de algumas cidades, como é o caso do Recife, faz referência ao
aniversário de morte do líder negro Zumbi dos Palmares, no dia 20 de novembro – Dia Nacional da Consciência Negra.
Durante
séculos, aprendemos que ser negro era sinônimo de escravidão,
inferioridade, preguiça e marginalidade. No entanto, contraditoriamente,
examinando a história do povo negro no Brasil, nos deparamos com uma
incontestável contribuição social e herança cultural. Não é por
coincidência que somos o país com o maior numero de negras e negros fora
do continente africano. Isso se deve porque estas pessoas, seqüestradas
de sua terra, resistiram a todo sofrimento ao qual foram submetidas e
tornaram-se as principais responsáveis pelo país que construímos.
A Semana da Consciência Negra
é um convite à reflexão sobre a trajetória de luta e resistência da
comunidade negra no Brasil. É uma forma de contribuir com o combate ao
racismo, assim como resgatar a identidade racial, a auto-estima e a
cidadania do povo negro.
Nenhum indivíduo pode ter acesso à
cidadania plena se não souber quem é e de onde veio. Por esse motivo,
acreditamos que a formação é um dos elementos fundamentais no processo
de inclusão social. Sendo a identidade racial de um povo intrinsecamente
ligada a sua formação enquanto povo, o acesso à reflexão sobre sua
história étnica não pode ser negligenciado. Uma vez que é a partir de
suas raízes culturais que este povo se manifesta socialmente. No momento
histórico em que vivemos, com o preconceito racial e social se
manifestando de forma ainda mais forte, despertar a auto-estima das
pessoas é uma necessidade básica, essencial para que elas possam se
incluir socialmente.
Quem nunca ouviu a frase: “Não existe
racismo no Brasil”. Avaliando as desigualdades raciais existentes, o
Brasil é um país racista, preconceituoso e discriminador, que ensinou
grande parte de suas filhas e filhos, negras e negros, a serem uma
caricatura da população branca, sob pena de serem tratados como seres
inferiores.
Divulgar o dia da consciência negra, conhecer os nossos
heróis, identificá-los com nossos ancestrais são elementos primordiais
para que possamos nos tornar sujeitos da nossa história.
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